5
ago
2015
Uma carta especial
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3 Comentários
Delicadamente
embrulhada, recebi hoje pelo correio, esta surpresa de uma amiga especial de
França:
Um estojo
para pincéis cuidadosamente costurado pelas mãos de Sylvie.
Enquanto
maravilhada contemplava esta oferta, recordava toda a nossa história. E por ser
uma história simples, mas também tão especial e particular, achei que poderia
ser interessante partilhá-la convosco.
Tínhamos
cerca de 13 anos quando nos conhecemos... mas não fora nem na escola, nem numa
festa ou evento de adolescentes, e muito menos pela internet... encetámos esta
história a partir do momento em que vendo seu anúncio, num jornal juvenil da
época (naquela altura, os jornais e a cartas eram as ”nossas redes sociais”),
decidi escrever-lhe, e assim iniciar o nosso “intercâmbio epistolar”!
As cartas
eram a nossa forma de comunicar, de partilhar a nossa vida, histórias, anseios,
medos, sonhos, gostos, pensamentos, sentimentos... (quem viveu este tipo de
experiência de comunicar por cartas, sabe que podem muitas vezes revelar muito
mais transparência do que se possa imaginar).
É verdade
que, como em tantos outros casos, esta “correspondência” poderia ter findado,
não sobrevivendo ao passar dos anos, das nossas mudanças (internas e externas)...
mas a verdade é que sim. Perdura até hoje!
Na verdade, esta
amizade desenvolveu-se ao mesmo ritmo com que fomos crescendo... Para além de nos
encontrarmos pessoalmente quando tal é possível, por coincidência ou não do
destino, temos inclusivamente também vivido ciclos de vida semelhantes...
Disse-vos
logo do início de que se tratava de uma história simples. Tal como deve ser a
amizade. Uma amizade que resiste ao tempo, à distância... não depende de “facebook”
ou outras redes sociais (pois inclusivamente a Sylvie nem é “adepta” ;)).
Esta amizade
perdura por ingredientes tão simples como a dedicação, sinceridade, atenção,
carinho. Podemo-nos sentir sós com alguém ao nosso lado. Podemo-nos sentir
acompanhados mesmo por alguém que pode estar a centenas de kilómetros de
distância. A “proximidade” acontece quando existe empatia, confiança, sintonia...
a atenção aos detalhes. A atenção ao outro.
É isso mesmo
que reflecte este presente: um estojo para pincéis, elaborado por suas próprias
mãos, pensando em algo que me seria útil para o que tanto amo fazer: pintar!
Como que a dizer: “Continua”!
Se sempre
conseguíssemos ver a magia e beleza que se esconde por detrás de coisas
aparentemente tão simples, seriamos decerto mais felizes. Todos os dias estão
aí. Só temos de nos deixar inspirar por elas...
É por isso
que este ano, a nossa amizade se “veste de prata”, pois fazem 25 anos que tudo
começou!... Obrigada Sylvie <3
Obrigada pela partilha!
ResponderEliminarQue bom que foi ler as tuas palavras e recordar esses tempos.
Também tive um correspondente, em S. Tomé!
Esperava meses, pacientemente, para receber cartas que falavam de um país distante, com costumes tão diferentes dos meus.
Enquanto esperava, ia ensaiando envelopes personalizados que iria usar na "volta do correio" :)
Sim... era mesmo mágica a sensação! :) e a ansiedade com que se aguardava a resposta!
EliminarTambém tive correspondentes de Macau, Itália e Portugal também... mas também por algum motivo terminaram... daí esta história ser ainda mais especial para mim... Beijinhos*
Obrigada Ana pela tua carta efetivamente especial ;-) Tuas palavras são simplesmente lindas ... como tua amizade :D
ResponderEliminarBeijos mil cheios de carinho***